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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

DOCUMENTO DOS NOVE

Sobre o DOCUMENTO DOS NOVE..de há 39 anos

Carta Aberta a Vasco Gonçalves [de Duarte Pinto Soares,Coronel de Engº] em Agosto de 1975

Tenho que necessariamente deixar duas palavras ao general Vasco Gonçalves. Conheci-o como comandante do Agrupamento de Engenharia em Angola. Era todo um território vastíssimo e 3000 homens para comandar. E tudo aquilo era guerra. E, na guerra, quando se descobre num comandante honestidade, lealdade, fervor patriótico e elevada cultura, não se deve ficar indiferente. Já depois, em Lisboa, procurado, aderiu à preparação do 25 de Abril. Alguns dos meus nove camaradas poderão na minha vez referir a importância de um coronel que se arrisca a encorajar com a sua presença e ensinamentos tais capitães de então. Foi para o Governo após Palma Carlos e nunca nos” largou”. Diga-se que ele mesmo incentivou os “encontros de crítica e autocrítica”. Nunca quis ser o “Senhor Revolução”. Curiosamente, destacou Melo Antunes para a sua ligação com a Comissão Coordenadora. Sujeitou-se, não poucas vezes, às decisões da então CCP. Os seus erros terão de estar ligados aos nossos. E, ainda insisto, por exemplo, em salientar que alguns dos nove camaradas, senão todos, melhor do que eu poderão dizer, quem papel histórico mais importante desempenhou perante Spínola? Ou talvez “este” nos diga, se entretanto aí voltar… Meu general, sabe bem quanto, por vezes, estive em desacordo consigo, mas nunca o direi na hora da verdade. Se o Povo (este será por certo) ou algum Pinochet o sentar no banco dos réus, poderá olhar para o lado, pois terá o conforto de lá me encontrar. Dividirei consigo e com quem mais estiver disposto (haverá de certeza), os erros que o documento dos nove cruelmente lhe aponta.
a)Nuno Pinto Soares

(excertos do depoimento no livro VASCO,NOME DE ABRIL editado,pela ACR, no dia 18 de Julho data do 40º aniversário da posse de VG como Primeiro-ministro em 1974)
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