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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O Cantil Militar


O CANTIL MILITAR
(07NOV2013, por Pasimar*)

O cantil é um recipiente de alumínio, plástico ou outro material resistente, usado pelas forças armadas de todo o mundo, servindo para transportar água ou outro líquido necessário para suprir necessidades do militar em determinadas missões.                                                      
Não é um copo! E não o é somente por ser diferente do formato ou consistência de vidro que o vulgar copo tem. Não é um copo, também, porque não se limita a saciar uma simples sede. Não é um copo meio cheio ou meio vazio, consoante a sede de cada um ou mediante o prisma pelo qual se observa. É um Cantil, militar! Faz parte do equipamento com que um militar se apresenta para cumprir determinada missão. E, esse equipamento, foi pensado, planeado, programado e produzido para se obter a maior eficácia (1) possível. Assim, não cabe na cabeça de quem o planeia que tal utensílio, de guerra, seja fornecido ao militar em missão apenas parcialmente cheio, para se poupar nos custos da aquisição do seu conteúdo – o líquido. Mas, infelizmente, assim tem ocorrido no apetrechamento dos nossos militares. Não, não me refiro exclusivamente aos cantis, às armas, ao fardamento e demais apetrechos militares, pois sabemos que não temos dinheiro para ombrear com os nossos parceiros ricos da NATO. Refiro-me, fundamentalmente, ao respeito e preservação da condição militar, tantas vezes humilhada na praça pública pelos órgãos de poder, nomeadamente OCS (2) que, vendendo-se por meio pataco, a mando de interesses dúbios, veiculam informação falaciosa e demagógica. Com a manipulação da opinião pública, tratando-a como um rebanho acéfalo, embrutecem ainda mais um povo que persiste na sonolência da participação cívica. Recentemente, impingiram à opinião pública que nas Forças Armadas irá ultrapassar-se as cinco mil promoções, ainda este ano. No entanto a notícia poderia/deveria ser outra: “Este ano as promoções nas Forças Armadas ficaram mais de 50% aquém do previsto no EMFAR" (3). Na escola, quando têm aproveitamentos nos exames, os alunos transitam de classe/ano, não tendo qualquer sentido retê-los na mesma classe. O curso normal de um rio é desaguar na sua foz, pois faz parte da sua natureza. Também da natureza da condição militar fazem parte as carreiras e as promoções.
Mas, tem sido assim, em nome da democracia (demagogia!) tudo se mistura e confunde. É elucidativo o caso recente dos estabelecimentos militares de ensino (extinção do Instituto de Odivelas). Estou expectante para ver se também vão misturar o ensino dos padres e das freiras, todos juntos em internato num mesmo convento/seminário. Quando um polícia surpreende um (insignificante) ladrão em flagrante delito, prende-o! Quando um OCS é apanhado numa mentira ou falácia, prejudicando o discernimento de milhares de pessoas…, é liberdade de expressão! Isto é, a Justiça e a Demagogia são primas em primeiro grau. Mas, felizmente, não é assim em todos os países. Apenas em Portugal.

* Acrónimo de Paulo Silva Martins

(1) Na vida militar, nomeadamente nas operações militares, o primado da eficácia sobrepõe-se sempre ao primado da eficiência: quando se dispara para matar o inimigo não pensamos em gastar somente uma bala, para poupar.
(2) OCS – Órgãos de Comunicação Social
(3) EMFAR – Estatuto dos Militares das Forças Armadas

2 comentários:

  1. Este artigo já foi publicado em mais sítios. Porém, sendo o seu conteúdo bem actual, retratando as "malvadezas" que continuam fazendo à condição militar, considero pertinente a sua divulgação aqui neste blogue da AOFA. A denúncia do mal é e sempre será uma arma, nomeadamente dos pobres e indefesos.

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  2. Trata-se efectivamente de um excelente artigo que merece leitura e introspecção. Muito bom na forma e no conteúdo

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