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sábado, 26 de julho de 2014

Soldados Portugueses Na Guerra do Ultramar


 OS MENINOS DE SUAS MÃES

 E o Mundo pergunta 
Como é possível
Pelos vistos é 
E ele sabe, e tu sabes 
E eu sei
 E todos sabem
 Que o menino de sua Mãe 
Arrancado ao seu colo
 Foi levado p'rá guerra
 P’ra salvar a Pátria
 E uma outra terra
 Onde se fez homem 
E onde aprendeu
 A chorar em silêncio.
 Os Céus escureciam
 As bombas caiam
 E ensurdeciam
 Os meninos de suas Mães
 Que sem abraço
 Sem colo
 Sem nenhum consolo
 Rastejavam no solo
 Farejando quais ‘cães’ 
Sim, os meninos de suas Mães. 

 Nesse solo maldito
 O menino aflito
 Deixava escorrer
 Lágrimas de sangue
 Que ele conhecia
 E ele sentia
 Mas não queria ver 
Em horas perdidas 
Lágrimas de dor
 Com cheiro que tresanda 
A suor de cães,
 Por valas perdidas
 Eram as dores sentidas
 P’los meninos de suas Mães. 
Os meninos de suas Mães
 Faziam-se fortes
 Endureciam, as almas
 Enfrentavam as mortes
 Dos seus camaradas 
Que ensopavam trincheiras
 Ali mesmo ao lado
 Onde a Liberdade
 Só cerrando fileiras
 Cumpria seu Fado

 E hoje
 Hoje os que ficaram
 Que às costas trouxeram 
Os medos os sons
 O grito aflito 
Dos seus camaradas,
 Só pedem justiça
 Não querem mais nada
 Imploram apenas
 Que lhe aliviem a alma 
Dos traumas da guerra
 Da negra visão
 Da dor do amigo
 Do grito de irmão
 Que carregam consigo 
E os fez solidão. 

 Rosa Guerreiro Dias 2-7-2014

PS:
Um poema de corpo inteiro de uma poeta que sente em sentimentos vivos esta tragédia, ainda, presente, e dela nos fala,para DERRUBAR a INDIFERENÇA DE UM PAÍS but... um grande abraço de quem combateu e viu mortos amigos seus.

E que tributos em sangue e mazelas pagamos,,e só RECLAMAMOS JUSTIÇA E PATRIOTISMO AOS DEMAIS.

andrade da silva

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