OS MENINOS DE SUAS MÃES
E o Mundo pergunta
Como é possível
Pelos vistos é
E ele sabe, e tu sabes
E eu sei
E todos sabem
Que o menino de sua Mãe
Arrancado ao seu colo
Foi levado p'rá guerra
P’ra salvar a Pátria
E uma outra terra
Onde se fez homem
E onde aprendeu
A chorar em silêncio.
Os Céus escureciam
As bombas caiam
E ensurdeciam
Os meninos de suas Mães
Que sem abraço
Sem colo
Sem nenhum consolo
Rastejavam no solo
Farejando quais ‘cães’
Sim, os meninos de suas Mães.
Nesse solo maldito
O menino aflito
Deixava escorrer
Lágrimas de sangue
Que ele conhecia
E ele sentia
Mas não queria ver
Em horas perdidas
Lágrimas de dor
Com cheiro que tresanda
A suor de cães,
Por valas perdidas
Eram as dores sentidas
P’los meninos de suas Mães.
Os meninos de suas Mães
Faziam-se fortes
Endureciam, as almas
Enfrentavam as mortes
Dos seus camaradas
Que ensopavam trincheiras
Ali mesmo ao lado
Onde a Liberdade
Só cerrando fileiras
Cumpria seu Fado
E hoje
Hoje os que ficaram
Que às costas trouxeram
Os medos os sons
O grito aflito
Dos seus camaradas,
Só pedem justiça
Não querem mais nada
Imploram apenas
Que lhe aliviem a alma
Dos traumas da guerra
Da negra visão
Da dor do amigo
Do grito de irmão
Que carregam consigo
E os fez solidão.
Rosa Guerreiro Dias 2-7-2014
PS:
Um poema de corpo inteiro de uma poeta que sente em sentimentos vivos esta tragédia, ainda, presente, e dela nos fala,para DERRUBAR a INDIFERENÇA DE UM PAÍS but... um grande abraço de quem combateu e viu mortos amigos seus.
E que tributos em sangue e mazelas pagamos,,e só RECLAMAMOS JUSTIÇA E PATRIOTISMO AOS DEMAIS.
andrade da silva
andrade da silva
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