O
desemprego substituiu o chicote
Desde há milénios que a escravidão tem
marcado a história da humanidade. Apesar de ainda haver quem pense que acabou,
nomeadamente com a abolição, por lei, da escravatura dos negros, a escravatura
persiste nas mais variadas formas. De facto, a escravidão não se restringe à
prática social em que um ser humano exerce direitos de propriedade sobre outro
designado por escravo, impondo tal condição por meio da força. Um dos expoentes
máximos dessa prática consistia no uso do chicote. Agora, o chicote já não é
preciso. Vejamos como agora se escravizam as pessoas:
O
Desemprego é um Crime Político,
Social e…, Económico!
Valores incríveis, que espelham os CRIMES
cometidos pelos políticos portugueses, em somente 4 anos, de 2001 a 2004:
Tipo de Perda
|
Milhões (€)
|
PIB perdido
(não se produziu, devido ao desemprego)
|
44.159
|
IVA perdido
(devido ao desemprego)
|
3.268
|
Contribuições
e descontos perdidos (idem)
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6.137
|
Quantia que a
Segurança Social não recebeu (idem)
|
11.125
|
Subsídios de
desemprego pagos
|
4.988
|
TOTAL
|
69.677
|
Os quase 70 mil milhões de euros
perdidos (69.677) correspondem a cerca de 40% do PIB de 2012. Tendo o desemprego aumentado
de 2005 até 2013, ultrapassando no presente mais de um milhão, o valor
acumulado será agora enorme, muito superior ao PIB actual. Daria para pagar
toda a nossa dívida. Não é
um crime? Porque continuam apostando no desemprego? É, porque gostam de escravizar,
de pisar o seu semelhante!
Sim, desde 2004 há mais, muito mais de perdas. Só entre 2011 e 2013, Portugal perdeu seis por cento do seu PIB. Nestes três
anos, Portugal perdeu mais nove mil milhões
de € às mãos da recessão causada pela austeridade e políticas agressivas
contra os salários, conforme o boletim de
inverno do Banco de Portugal (BdP). Entretanto, estamos a pagar uma dívida que é, hoje, 40 mil milhões superior em relação
àquela que era em 2011. Mas, porque é que o desemprego sobe? Muitos economistas
e comentadores nos OCS apontam variadíssimas razões: económicas, políticas,
sociais e culturais. Algumas dessas justificações
até serão “encomendadas” por alguns
órgãos de poder, para manipularem a opinião pública (é tão fácil enganar os rebanhos com prados verdejantes…). Eu,
colocaria à frente de todas essas razões a incompetência
e a corrupção, ambas resultantes dum
factor quase imutável – a condição
humana. Sim, esta é um diamante em bruto, opaco, que se lapida ao longo da
vida tornando-a mais ou menos brilhante, mas que infelizmente em quase nenhum
actual governante tal lapidação ocorreu. De facto, a incompetência genética destes governantes, associada à demagogia do desenrasque que aplicam na
gestão da coisa pública, catapulta qualquer país para um Estado sem rei nem roque. Por outro lado, a corrupção, visando a satisfação do egoísmo
e egocentrismo dessa condição
humana, vem delapidando o erário público através dum clientelismo infindável.
Assim, o esclavagismo actual, diferente do clássico, utiliza o
desemprego em substituição do chicote, tornando as pessoas dóceis, dependentes,
submissas e aceitando quaisquer condições laborais para levar para casa umas
míseras centenas de euros no final do mês. Centenas de euros, que acaba por ter
que gastar nos monopólios instalados pelo
capitalismo: água, luz, gás e gasolina, transportes, hipermercados,
farmácias, etc. Sobra-lhe uns trocos, para se alienar nas telenovelas e futebóis, não tendo assim qualquer
hipótese pela estupidificação em que se precipita. Só não percebo como é que
nalguns países isto não acontece, como nos casos da Islândia, Israel, Inglaterra, etc., etc. Será que nesses
países a cultura influenciou a condição humana? Será que é por
começarem por I? E se Portugal se chamasse Iortugal?
ANOS
|
Subsídios de desemprego pagos
Milhões €
|
2001
|
869
|
2002
|
980
|
2003
|
1.477
|
Nota: Podem consultar os dados transcritos
de artigo apresentado pelo economista Eugénio Rosa, em:
http://resistir.info/portugal/custos_desemprego.html
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